Abril está finalizando e com ele mais um emocionante depoimento sobre o Abril Azul, Mês de Conscientização Sobre o Autismo. A Técnica de Laboratório da Rede Metropolitana, Glenda Juliana Sgrinholi, contou um pouco da história do seu filho mais novo, João Luis. Confira:
Meu nome é Glenda Sgrinholi, tenho 32 anos, sou casada e tenho 2 filhos. Tenho a Laura de 6 anos, uma criança ativa e super animada, e tenho o João Luis de 3 anos, um menino super feliz e carinhoso, ele é autista. Descobrimos que ele era uma criança especial desde sempre, eu digo isso porque desde a gestação ele agia de forma diferente. Ele era bem tranquilo e passamos os 9 meses bem tranquilos, até em seu parto eu me surpreendi, no seu nascimento ele nem chorou, não gostava de ficar no colo e adorava dormir sozinho. Parou de mamar aos 4 meses de vida, e nunca me olhava nos olhos, já achava estranho, mas como dizia os mais velhos, cada criança é uma criança.
Com 10 para 11 meses ele começou a andar e já apontava e emitia alguns sons. Não gostava de brincar com outras crianças, mas com sua irmã ele ficava alguns momentos brincando. Chorava com mais intensidade quando a gente não entendia o que queria, mas a gente tentava contornar.
Com 1 ano de idade ele ainda não falava nada, mas pelo histórico de vida do meu marido, nós achávamos normal a demora na fala. Porém um dia nós notamos que ele não apontava e nem sons ele soltava mais, e começou a ficar mais recluso. O olho no olho ficou mais distante, e as crises aumentaram. Crises de se auto machucar ficaram mais intensas. Procuramos ajuda com a psicóloga e ela nos ajudava muito e a mesma nos indicou um Neuropediatra Dr. Pedro, e ele laudou o João Luis com autismo severo, e isso foi um choque.
O choro veio, o luto, a dor e a incerteza do amanhã. Até hoje meu marido e eu estamos nos habituando com a vidinha do João Luis. E lembrando também, meu marido é um autista. Michael sofreu muito e através do nosso filho agora nós entendemos e compreendemos seus costumes e manias. Apesar desse diagnóstico eu sou grata a Deus, pois eu sei que tudo que estamos passando tem um porquê e somos felizes por tudo. Nós quatro e com ajuda de nossa família, sem esse apoio eu não seria nada.
Quem me vê nos corredores do hospital sorrindo ou chorando, não sabe a metade do que eu passo no meu dia-a-dia.
Autismo não é o final e sim o começo de uma vida com sensibilidade e carinho. Um mundo com mais amor e menos ódio. Meu mundo azul ou quebra-cabeça serve para olhar o próximo com olhar mais amoroso e corajoso.
Glenda Juliana Sgrinholi
Técnica de Laboratório
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