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Abril Azul: mês mundial de conscientização do autismo

Abril é o mês mundial de conscientização do Autismo, também conhecido como “Abril Azul”.
Esta campanha faz alusão ao Dia mundial de Conscientização sobre o Autismo, celebrado no dia 2 deste mês.

De acordo com o Ministério da Saúde, a data, estabelecida em 2007, tem por objetivo difundir informações para a população sobre o autismo e assim reduzir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas afetadas pelo transtorno (https://bvsms.saude.gov.br/02-4-dia-mundial-de-conscientizacao-sobre-o-autismo/).

Para tanto, convidamos a Médica Neurologista do Hospital Metropolitano Dra. Luiza Satie Tazo (RQE 10103/CRM PR 15425) que nos conta mais sobre o assunto.

Segundo ela, “este transtorno foi descrito em 1943, mas só foi usado “oficialmente” como diagnóstico a partir de 1980. Atualmente, o termo usado é Transtorno do Espectro do Autismo.

Muitos portadores deste transtorno conviviam angustiados com suas dificuldades em convívio social ou tinham outras limitações e eram diagnosticadas erroneamente com outros transtornos.

Em relação ao tratamento, é de conhecimento geral que não há ‘cura’. No entanto a intervenção precoce é determinante para a melhor evolução. Infelizmente, um dos maiores problemas enfrentados no tratamento é a demora no encaminhamento do paciente, que quando recebe o diagnóstico, já tem alguns sintomas consolidados dificultando a intervenção. Isto ocorre porque nos primeiros anos de vida os sinais que indicam um possível risco de autismo podem não ser tão facilmente identificáveis e por este motivo a busca inicia quando os filhos já estão frequentando a escola.

Há também certa dificuldade de aceitação do diagnóstico. Nestes casos, é necessário que os pais procurem informações a respeito deste assunto e busquem o melhor tratamento. O sucesso das terapias não depende somente da idade, mas também outros fatores como: tipo do tratamento, frequência aos atendimentos e envolvimento da família no processo terapêutico. Portanto, assim que a criança é diagnosticada, os pais devem buscar pelas terapias o mais rápido possível. Há um aumento constante no número de clínicas especializadas, com vários terapeutas e especialidades (em fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional, musicoterapia e fisioterapia). Alguns medicamentos podem ajudar minimizando alguns sintomas e algumas crianças melhoram com dietas e tratamentos naturais.

Conforme os atuais critérios diagnósticos, existem três pilares para o diagnóstico de T.E.A:

  • Deficiência persistente na comunicação social: limitação em demonstrar suas emoções e resposta social; dificuldade de dividir interesses com outros; limitação em comunicação verbal ou não verbal e dificuldade no uso de gestos e expressões faciais; ausência de interesse por outras pessoas, limitações em iniciar, manter e entender relacionamentos, dificuldade de se adaptar às situações sociais.
  • Comportamentos restritos e repetitivos: movimentos, falas e manipulação de objetos de forma repetitiva e/ou estereotipada; insistência na rotina; rituais verbais ou não verbais; dificuldade de mudanças; comportamento e pensamentos rígidos; interesses restritos e fixos com intensidade; hiper ou hipo atividade a estímulos sensoriais.
  • E os sintomas, que devem estar presentes em fase precoce da infância, mas podem se manifestar conforme as demandas sociais excedam as capacidades limitadas.

É valido ressaltar ainda, que todos esses sintomas devem causar prejuízos significativos no funcionamento social, profissional e em outras áreas da vida e que sejam excluídas outras causas que justifiquem esses sintomas.

Todo ser é único e capaz de ser aprimorado, embora suas características clínicas tenham características comuns, há níveis de gravidade, sendo possível que com estímulos adequados ocorram mudanças significativas nestes níveis, que são:

Nível 1 (leve):  Apresentam prejuízos, mas não necessitam de suporte para interação e comunicação social.

Nível 2 (moderado): O indivíduo necessita de suporte substancial na interação e comunicação social. Em relação ao comportamento, podem apresentar dificuldade em mudar de ambientes, desviar o foco ou a atenção, necessitando suporte em muitos momentos.

Nível 3 (severo): necessitam de muito suporte para interação e comunicação social. Em relação ao comportamento, necessitam suporte muito substancial para realizar as tarefas do dia a dia, incluindo as de autocuidado e higiene pessoal.

Certamente, os profissionais que atuam nesta área apaixonante e desafiadora, precisam gostar muito do que fazem.  Não há como trabalhar com autistas se não houver amor, dedicação e doação.

Uma forma simplificada de entender o “autismo” seria pensar que seus portadores teriam dificuldade de aprendizagem “social”. Devido à falta de interesse nas pessoas e na interação social, muitos processos iniciais de aprendizado, por observação e imitação, seriam prejudicados. Isso acarretaria em limitações para realizar várias tarefas e em perceber o que outras dizem, fazem ou sentem, bem como o que tom de voz ou os gestos significam. Desta forma, a criança terá dificuldades em mudanças, desenvolvendo interesses incomuns por coisas, especialmente naquelas estáveis e imutáveis (como placas de rua, letras do alfabeto ou peças de carros por exemplo). A falta de interesse pelos outros levará a menor interesse em se comunicar e menor capacidade de entender e expressar sentimentos, desejos e necessidades.

O transtorno do espectro do autismo parece ser 3 a 5 vezes mais frequente em meninos. Entretanto, quando as meninas têm autismo, são mais propensas a terem deficiências intelectuais. A maioria das crianças com autismo apresenta sintomas ao nascer ou precocemente na vida, com algumas exceções. Mais raramente, uma criança pode se desenvolver normalmente até os 3 ou 4 anos de idade e depois desenvolver autismo. Há um termo específico para esse fenômeno: ‘Transtorno desintegrativo da infância’.

Muitas destas crianças costumam fazer algumas coisas bem, como identificar cores, fazer contas, resolver quebra-cabeças, mas podem ter uma dificuldade acentuada com tarefas mais relacionadas à linguagem. Em torno de 10% das crianças com autismo pode ter uma habilidade incomum, por exemplo, para desenhar, tocar instrumentos, memorizar coisas ou, às vezes, calcular os dias da semana para eventos no passado ou no futuro (cálculo do calendário).”

-Dra. Luiza Satie Tazo, (CRM-PR: 15425 | RQE: 10103) Médica Neurologista

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