Segundo a Dra. Luiza Satie Tazo, CRM-PR 15425 | RQM10 103, Médica Neurologista da Rede Metropolitana, a Esclerose Múltipla é uma doença crônica que tem início em adultos jovens, geralmente na fase de vida mais produtiva do indivíduo, por volta dos 30 anos.
A doença pode atingir ambos os sexos, mas há predomínio duas vezes maior em mulheres, caracterizando-se por “múltiplas” áreas de inflamação da substância branca (cérebro e medula espinhal) com desmielinização e cicatrização glial, determinando fibroses.
A desmielinização ocorre por destruição da bainha de mielina que recobre os neurônios. Esta estrutura é importante para que impulsos nervosos passem pelo corpo celular e informações sejam transmitidas até a estrutura alvo de forma rápida e eficaz. A destruição da Mielina faz com que tais impulsos fiquem mais lentos e, com isso, a pessoa acometida pode ter dificuldades para realizar atividades motoras ou alterações de sensibilidade.
Causas:
São vários os fatores que causam a destruição da mielina. Até o momento, são citados: suscetibilidade genética, vírus e mecanismos auto-imunes (quando as células de defesa do corpo, como Linfócitos B e macrófagos, passam a liberar substâncias que podem agredir estruturas encefálicas e perivasculares determinando as placas de desmielinização). Outros fatores de risco seriam: moradores de regiões mais distantes da linha do Equador, obesidade e baixos níveis de vitamina D.
Sintomas:
Os principais sintomas da doença são:
- Perda de Força em um ou mais membros
- Perda de Sensibilidade ou Formigamentos
- Falta de Coordenação ou alteração de equilíbrio
- Dificuldade para andar
- Perda ou Redução da Visão
- Dificuldade de Controlar Urina
- Fadiga e déficit de memória
O curso da doença pode variar desde uma forma benigna com poucos sintomas até formas de evolução rápida e progressiva. Em todos os casos, a doença promove impacto na qualidade de vida, seja pela fadiga, redução da produtividade profissional, até em limitações em movimentação espontânea.
Dianóstico e tratamento:
O diagnóstico reúne uma série de aspectos clínicos, eletrofisiológicos, laboratoriais (Exames de sangue e Líquido Cefalorraquidiano) e de imagem (Ressonância) e é realizada por um Neurologista.
Os objetivos do tratamento são reduzir a inflamação na fase aguda (surto), com melhora sintomática, e prevenir o aparecimento de incapacidades motoras e cognitivas.
Hoje, dispomos de inúmeras medicações que podem mudar a evolução da doença. Estas medicações estão ao alcance de todos, pois estão disponíveis na rede pública. Para isso, após o diagnóstico, elas podem ser solicitadas junto às Regionais de Saúde, pelo Neurologista prescritor, como Medicamentos de Alto Custo.
Além do tratamento medicamentoso, acompanhamento multidisciplinar, como reabilitação física, terapia fonoaudiológica e acompanhamento psicológico, devem ser incentivados.
Fonte:
Dra. Luiza Satie Tazo
Médica Neurologista
CRM-PR 15425 | RQM 10103